Do lugar onde me encontro

Do lugar onde me encontro

– Óleo sobre tela, 210 cm x 155 cm

“O silêncio são perguntas. Uma escada tem, entre os degraus, perguntas. É isso que a sustém. Os degraus são respostas, mas o espaço entre os degraus são perguntas. O silêncio de uma pergunta é a única maneira de chegar até Nós” Afonso Cruz in Fragmentos Persas

As personagens desta obra distribuem-se no plano pictórico quase que indiferentes entre si. Duas trocam confidências, outras sonham e criam futuros. Entre melancolia e acção estas personagens apresentam uma multiplicidade de estados de alma, são actores e actrizes de si mesmo.

“Numa bela manhã, em meio a gente doce, um homem e uma mulher soberbos gritavam pela praça pública: “Amigos, quero que ela seja minha Rainha!”, “Quero ser Rainha!”.
Ela ria e tremia. Ele falava aos amigos de revelação, de uma provação terminada. Eles desmaiavam um no outro. De fato, eles foram reis por uma manhã inteira, em que tapeçarias carminadas se estenderam sobre as casas; e a tarde inteira, em que eles avançaram do lado do jardim de palmeiras.” – Arthur Rimbaud in Iluminações

Obra presente na exposição individual “O Silêncio e a Multidão”, em Lisboa 2021.